segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

O COMEÇO DO FIM

Hoje, dia 16 de janeiro de 2012, comecei a radio e quimioterapia, essa por via oral do medicamento TEMODAL. A rádio foi um processo indolor e rápido, a químio, vou contar em outra postagem, pois os sintomas são mais demorados e ainda não tenho todos os registros.
Enquanto estava no Sirio Libanes, após a radioterapia, encontrei um Sr. jantando com duas pessoas, que mais tarde, depois das apresentações, soube tratarem-se de pai, esposa e filha. Este - o patriarca - estava sem cabelos, com o semblante característico de quem teria ou estava sendo submetido a quimioterapia, de nome Jair, médico, morador de uma cidade do nordeste, provavelmente uns 65 a 70 anos de idade e portador de um câncer, segundo ele de próstata, mas que já tinha apresentado metástase na bexiga, pulmão e vários outros lugares. Ao longo da conversa ele, alegre e brincalhão, por várias vezes se dizia curado; periodicamente tinha de retornar ao Sírio para uma nova quíimio e exames. Contei um pouco da minha história e fez questão de frisar que, como médico, tinha a perfeita noção da sua patologia e da minha, e de que o importante era ter fé em Deus e acreditar que tudo daria certo, assim como vem fazendo desde o ano passado, quando descobriu a doença em novembro, e vem acumulando a cada etapa uma nova vitória sobre a doença.
Observei bem suas palavras e o que mais me chamou a atenção foi a alegria e disposição que emanavam do seu semblante, e uma certa despreocupação do dele com sua doença.
De tanta gente que estou vendo com algum tipo de câncer, e de constatações como essa, já dá até para imaginar que a doença está começando a se banalizar e talvez seja por aí o começo do seu fim.

Um comentário:

  1. André Luiz, li o material que voce pesquisou antes de ler este ultimo texto. Como voce e seus médicos sabem, em se tratando de ciência e de seus alvos - os seres humanos, tudo é possível e nada pode se dizer definitivo; nem a doença, nem sua evolução e, muito menos, seu prognóstico, já que somos tão diferentes quanto as reações do nosso organismo.
    Assim como este senhor e sua familia que voce conheceu, tenho um exemplo na minha familia, cujo "prognóstico" era de 4 meses e lá se vão 6 anos de sobrevida muito bem vividas. O que une seu exemplo ao meu,é a vontade de viver, a fé em alguma força superior a nossa vontade e um entorno familar de amparo, solidariedade e amor.
    Felizmente, a medicina ocidental tem reconhecido o que a medicina oriental ja vislumbrou há milênios, que a mente determina a saude do corpo. Pesquisas realizadas em centros de reconhecida credibilidade científica têm demonstrado que grupos de pacientes que oram ou tem alguma crença, atingem respostas a tratamentos mais rapidamente e mais eficazmente que grupos descrentes.
    Portanto, meu amigo, voce conseguiu enxergar no grupo que estava, como voce, buscando a cura através de procedimentos convencionais, o "segredo" da possivel longevidade de pessoas, cujos prognósticos vão de encontro às estatísticas frias onde a medicina tradicional se ancora, desconhecendo que tudo é possivel para quem crê na força da vida.
    Confesso que fico feliz com sua clarividência mas não me surpreende, conhecendo como lhe conheço

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