domingo, 5 de fevereiro de 2012

OS PRIMEIROS SINAIS DA RADIO E QUIMIOTERAPIA

Amanhã começarei minha quarta semana de tratamento e no sábado, meu cabelo começou a cair, fiquei meio desolado, não com o cabelo em si, mas com a informação dos médicos de que eles poderiam cair - ou não. A literatura (que só agora procurei, sobre esse assunto) fala que esse sintoma começaria a partir da terceira semana e que os cabelos retornam ao final do tratamento para aqueles que tomaram até 30GY de radiação; meu processo ao final será de 60 GY, provavelmente não terei mais cabelos em parte da cabeça ou bastante ralos. Esses médicos deveriam falar a verdade, mas mentem quantos dentes tem na boca, o que esperar do resto das promessas desse pessoal ?
Os cabelos do lado da cirurgia (o direito), desapareceram, sairam aos tufos de sábado para domingo, estou careca de um lado, vou precisar tomar uma atitude que vai ser raspá-los por completo. Fui à missa perto da minha casa (não mais que 500 m) e quase tive de sentar no passeio, fiquei cansado de andar... imaginem, passei o dia inteiro com sono, tive dor de cabeça (me obrigando a tomar uma medicação para isso), ou seja, sintomas do processo, aliás, parte deles, até então não tinha sentido nenhum sintoma daqueles esperados, vamos ver o que virá mais, tomara que parem por aí.

Enquanto escrevia essa nova postagem uma notícia recente acabava de chegar apresentando uma nova terapia para esse tipo de tumor, já aprovada pelas autoridades americanas.

The Novocure NovoTTF-100A System is a unique new form of treatment for brain tumors: it uses Tumor Treating Fields (TTF) to kill dividing cells. These fields are delivered by removable transducer arrays that are placed on the head.

This was approved by the United States FDA in 2011 for use in patients with recurrent glioblastoma multiforme and is currently in a large multi-center phase 3 clinical trial for patients with newly diagnosed glioblastoma multiforme (GBM).

Um comentário:

  1. Querido amigo,
    Também concordo quando voce critica os médicos quanto a omissão dos possíveis efeitos colaterais de um tratamento. Eles não entendem que qdo adoecemos, por mais que nos informemos sobre nossa enfermidade, a sensação é que entramos num túnel escuro e que nele, tudo pode acontecer. E, eles, os medicos, funcionam no nosso imaginário como guias com holofotes nas mãos nos adiantando o que está por vir e explicando o que está acontecendo.
    Acho que, por uma deformação na formação profissional deles, nos vêm como seres incapazes de entender e suportar tudo que diz respeito ao nosso próprio corpo. Um pouco de sensibilidade e compaixão lhes sinalizariam que o desconhecido é que amedronta e que, cada sequela ou sintoma inesperado soa como uma sirene sinistra em nossas cabeças.
    Quantos cabelos voce não perderia para ficar curado? Todos, ainda que nunca mais crescecem. Quando lhe sonegam esta informação tão irrelevante diante do problema em si, inconscientemente, voce passa a questionar todas as outras.
    Falta a eles um pouco de conhecimento da mente humana, como ela funciona numa situação limite, em que a verdade lhe transmite segurança e lhe poupa de esperar o inesperado que, muitas vezes, nem acontece e somando mais sofrimento aos fatos objetivos.
    No código de ética médico, consta que ao paciente lúcido e capaz é dado o direito de ouvir o que pergunta. Nada mais, alem disto. "Vou ficar careca DR?". "É muito provável que sim", se quiser ser ameno. "Vou sentir náuseas, dores de cabeça, cansaço?" "Vai". Se voce não sentir nada, otimo! Mas se voce sente tudo isto e não lhe avisam, além da desagradável surpresa a quebra de confiança no médico pode ser desastrosa. Voce pode até inferir que ainda tem mais sintomas desagradáveis que ele lhe sonegou.Ou quereno lhe poupar, ou querendo fazer voce acreditar que o tratamento dele é mais moderno que os demais, ou minimizando sua inteligência, o que eu acho pior.
    Agora, amigo,raspe logo sua cabecinha e venha pra cá que aqui esta na moda cabeças raspadas. Não estou brincando!
    Beijos na sua mulherzinha e em voce

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